fonte: CFM
O médico pernambucano Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, 64 anos, tomou posse no cargo de presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), em cerimônia realizada em Brasília. Em seu primeiro discurso a frente da Autarquia, Vital relembrou sua trajetória nos últimos cinco anos enquanto 1º vice-presidente da entidade, função em que teve a “oportunidade de contribuir com a transposição de enormes obstáculos erguidos contra as prerrogativas institucionais”. Segundo ele, sua gestão será feita com portas abertas aos médicos e à sociedade, sem qualquer ceticismo ou desânimo.
“Serão envidados todos os esforços no confronto de qualquer política ou governante que queira desqualificar os médicos ou agir em detrimento aos seus legítimos anseios e direitos”, asseverou. Clínico geral e pós-graduado em Medicina Ocupacional pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlos Vital presidiu o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) de 2005 a 2008 e foi 1º vice-presidente do CFM entre 2009 e 2014, onde coordenou o Departamento de Comissões e Câmaras Técnicas. Neste último período, teve atuação destacada em áreas ligadas ao Direito Médico, Urgências e Emergência e Ensino Médico, entre outras.
“O exercício da Medicina exige compromissos éticos em um único pressuposto, o da cidadania em tempo integral em sua total dimensão da qualidade e no mais elevado patamar da consciência. O CFM e os Conselhos Regionais, com o dever da promoção e a preservação da ética na pratica médica, estão situados no píncaro da devoção à causa pública”, disse. De acordo com o novo presidente, serão enfrentados com altivez e desprendimento todos os desafios aos princípios de esperança, responsabilidade e liberdade na medicina e na vida.
Prioridades – Segundo Vital, no âmbito interno do CFM as decisões serão tomadas com absoluta atenção ao Plenário e à diretoria. Ele ressalta que terão privilégio a doutrina e a fiscalização, “com a intenção de que a disciplina prevista nas normas deontológicas e as reflexões bioéticas sejam cada vez mais consolidadas no ato medico em seu stricto senso, de modo propício ao seu maior enriquecimento com a perícia, a diligência, a humildade e a justiça”.
Ao fim de seu discurso, Vital recorreu à citação do escreitor Fernando Pessoa para resumir suas propostas de gestão: há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. “Faremos a travessia das noites espessas de ciência médica e política conselhal em busca do amanhecer da saúde, da democracia e da meritocracia em nossa pátria”, concluiu.
Fim de um ciclo – Vital assume o cargo ocupado, nos últimos cinco anos, por Roberto Luiz d’Ávila, que deixa o CFM após 15 anos de atividade conselhal. “Só tenho a agradecer aos conselheiros, funcionários e amigos que fiz nesta casa. Deixo na presidência o amigo mais próximo e querido, aquele que tenho certeza que levará o CFM mais a frente. As vitórias sempre foram compartilhadas, mas assumo as derrotas como sendo unicamente minhas. Alias, digo que são batalhas perdidas e não derrotas, porque derrotado é aquele que desiste. Nós, porém, não desistimos e não desistiremos”, declarou o ex-presidente durante seu discurso. Também foram homenageados durante o evento os conselheiros federais titulares e suplentes que deixaram suas cadeiras.
Compuseram a tribuna de honra durante a cerimônia de transição os médicos Pietro Novellino, presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM); Sigisfredo Luis Brenelli, representando Jadete Barbosa Lampert, da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem); Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB); Marcelo Barbisan de Souza, Presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes; Geraldo Ferreira Filho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam); Antônio Carneiro Arnaud, Federação Nacional das Academias de Medicina; João Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal; e Juan José Rodriguez Sendín, presidente do Conselho Geral de Colégios Oficiais de Médicos da Espanha.